Conversa (de) Interna(r)

Friday, September 22, 2006


Não mude.
Ele pediu.

Seja sempre um desafio.
Avisou.

Mas eu o amei. E desde então ele me devastou.
Veio com um DVD. Ouve. Best of MTV Lounge (disc 4). Decorei, porque não sai daqui. Fica repetindo repetindo repetindo repetindo repetindo. Mas não percebo. Se pára, me aborreço. Quero o eterno retorno.

Concluí que ele se parece com essas músicas, que tomam todo o ambiente. Encharca. Incha. Conforta. Abraça...
Ele não tá aqui. A música toca em formato digital (eu tenho problemas com o digital!). Ela tenta preencher os vazios. Fecho os olhos. Finjo que ele desceu pra tomar banho. Logo volta. Eu olho ao redor. A cama é de solteiro. Sofreria mais se fosse de casal. No escuro, quero ser adolescente, porque ele me faz muita falta. Vamos imaginar que eu ainda não sou o que sou, e apenas sonho com o que já é. Louco. Dói muito ser quem sou quando ele não está aqui.
Mas ele nunca esteve aqui. Nesse lugar. Acontece que aqui agora sou eu. Virei uma referência pra mim mesma. Sou um porto. Alegre. Esperando o navio. Ele chega. Manso. Marinheiros cansados, marinheiros sedentos, marinheiros excitados. Cheiro de mar. Molhado.

Eu definitivamente me entreguei. Desculpa, amor, eu mudei. Eu sou tu. E nunca me senti tão eu por isso. Posso ser nós mesmos?

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