(Viajei boniiiiito nessa! — A culpa toda é da música!!)
Vim aqui só pra dizer que essa música me arrepia e me transporta para um outro mundo.
(Mas já vou falar mais além disso, hehe, tudo a ver com o que isso me inspira. :D)
Não é para um mundo do futuro que eu vou. É no passado. O que eu não vivi. Mas queria ter vivido... (muito...)
Não é apenas a voz da Clare Torry. É 1973.
Meus pais estavam se casando nesse ano. Loucos de atar, viver os anos 70 casados... ai que dor... bem que eu poderia ter nascido pra vingar o que eles perderam. Seria uma boa meta de vida. hehehe :P
Ou talvez seja apenas impulso de filha caçula, vontade de sair e quebrar tudo por aí...
Essa música tem, além dos berros arrepiantes da Clare, umas conversinhas de fundo.. tem que ouvir com carinho, aos 38 segundos, um cara fala:
Tenho bem claro pra mim que, desde que nascemos, estamos morrendo. Ainda mais agora, que a gente começa a ver rugas na pele, percebemos mais claramente que nem tudo que muda no corpo é temporário como era na adolescência... as marcas vão ficando profundas e tudo é mais marcante e complicado de esquecer. Somos menos plásticos, hehe.
E do que eu tenho medo, na verdade, é de viver em vão. Viver no novo milênio é um desafio. É muito fácil viver à toa nesses dias. Deixar os dias passarem... estamos cada vez menos contestatórios. .
Não sei por quê, pra mim, quem viveu os anos 70 viveu mais intensamente. Na minha fantasia, essa música do Pink Floyd andava no ar, viva, e as mesmas partículas de matéria que a compuseram podem ter composto as pessoas dessa época. Sei que soa estranho, mas eu realmente acredito que a matéria daquela época tinha mais significados e sintonia com a vida que a matéria hoje em dia. Restam-nos agora as réplicas. Tocar e ser tocado por esse som numa forma digital e tentar ver se se assimila alguma sabedoria daquele tempo, ainda que de um modo tão binário e pasteurizado...
Felizmente, pessoas não pararam de pensar. E, com a tecnologia, cada vez mais as réplicas nos preenchem.
O movimento da evolução agora, pra mim, deve ir em direção ao aprimoramento do cérebro, no sentido de conseguir transformar toda essa réplica no que foi original um dia. Se não podem existir mais no mundo lá fora, que exista dentro de nós, como o tal do chamado espírito.
Nunca desfaço de alguém com espírito sorridente. Espírito observador. Espírito rock'n'roll. Respeito quem guarda uma coisa velhinha sempre.
Um professor me contou que uma vez veio uma arquiteta na casa dele e quis abolir gavetas e armários o máximo possível. Porque isso só serviria pra guardar tralhas, segundo ela.
Pois eu já chamaria um marceneiro com espírito dos anos 70, e mandaria a arquiteta discutir o design de uma empresa bem clean bem longe de mim.
Outra história que ilustra esse espírito anos 70 é a de uma equipe da prefeitura que foi fazer um pátio de uma creche municipal. Wow. Tudo lindo, brinquedos e playground. Ótimos, qualquer pai que visse aquela creche poria seu filho pra frequentá-la na hora. Mas era tudo ótimo para um adulto brincar. Aí uma linda alma resolveu perguntar às crianças como seria o pátio ideal. E elas descreveram um mundo totalmente diferente. Não adianta aquele monte de trecos espalhados pelo pátio, com aproveitamento inteligente dos espaços, cores segundo Feng Shui e o diabo... as crianças estavam brincando lá num cantinho, fizeram seu montinho e continuaram imaginando coisas que o pátio não ia suprir jamais.
Com isso, queria dizer que nossa inteligência toda não basta para alimentar bons espíritos. Precisamos fazer um outro movimento, para poder sentir de verdade uma Great Gig in the Sky...
Talvez passe uma música feito essa na nossa trilha sonora no momento em que morreremos. Eu queria que fosse assim.
E tenho certeza de que, pelo sucesso que felizmente Pink Floyd fez, certamente estava tocando The Great Gig in the Sky em algum lugar do mundo quando fui concebida, quando nasci... ah, sempre tá tocando The Great Gig in the Sky em todos os momentos importantes da vida! Eu acho louco e lindo pensar assim! :)
(Mas já vou falar mais além disso, hehe, tudo a ver com o que isso me inspira. :D)
Não é para um mundo do futuro que eu vou. É no passado. O que eu não vivi. Mas queria ter vivido... (muito...)
Não é apenas a voz da Clare Torry. É 1973.
Meus pais estavam se casando nesse ano. Loucos de atar, viver os anos 70 casados... ai que dor... bem que eu poderia ter nascido pra vingar o que eles perderam. Seria uma boa meta de vida. hehehe :P
Ou talvez seja apenas impulso de filha caçula, vontade de sair e quebrar tudo por aí...
Essa música tem, além dos berros arrepiantes da Clare, umas conversinhas de fundo.. tem que ouvir com carinho, aos 38 segundos, um cara fala:
And I am not frightened of dying. Any time will do; I don't mind. Why should I be frightened of dying? There's no reason for it — you've gotta go sometime.
E aos 3'33", uma mulher fala, bem disfarçacinho:
I never said I was frightened of dying.
Às vezes, se entende, erroneamente "if you hear this whisper, you are dying."
Tenho bem claro pra mim que, desde que nascemos, estamos morrendo. Ainda mais agora, que a gente começa a ver rugas na pele, percebemos mais claramente que nem tudo que muda no corpo é temporário como era na adolescência... as marcas vão ficando profundas e tudo é mais marcante e complicado de esquecer. Somos menos plásticos, hehe.
E do que eu tenho medo, na verdade, é de viver em vão. Viver no novo milênio é um desafio. É muito fácil viver à toa nesses dias. Deixar os dias passarem... estamos cada vez menos contestatórios. .
Não sei por quê, pra mim, quem viveu os anos 70 viveu mais intensamente. Na minha fantasia, essa música do Pink Floyd andava no ar, viva, e as mesmas partículas de matéria que a compuseram podem ter composto as pessoas dessa época. Sei que soa estranho, mas eu realmente acredito que a matéria daquela época tinha mais significados e sintonia com a vida que a matéria hoje em dia. Restam-nos agora as réplicas. Tocar e ser tocado por esse som numa forma digital e tentar ver se se assimila alguma sabedoria daquele tempo, ainda que de um modo tão binário e pasteurizado...
Felizmente, pessoas não pararam de pensar. E, com a tecnologia, cada vez mais as réplicas nos preenchem.
O movimento da evolução agora, pra mim, deve ir em direção ao aprimoramento do cérebro, no sentido de conseguir transformar toda essa réplica no que foi original um dia. Se não podem existir mais no mundo lá fora, que exista dentro de nós, como o tal do chamado espírito.
Nunca desfaço de alguém com espírito sorridente. Espírito observador. Espírito rock'n'roll. Respeito quem guarda uma coisa velhinha sempre.
Um professor me contou que uma vez veio uma arquiteta na casa dele e quis abolir gavetas e armários o máximo possível. Porque isso só serviria pra guardar tralhas, segundo ela.
Pois eu já chamaria um marceneiro com espírito dos anos 70, e mandaria a arquiteta discutir o design de uma empresa bem clean bem longe de mim.
Outra história que ilustra esse espírito anos 70 é a de uma equipe da prefeitura que foi fazer um pátio de uma creche municipal. Wow. Tudo lindo, brinquedos e playground. Ótimos, qualquer pai que visse aquela creche poria seu filho pra frequentá-la na hora. Mas era tudo ótimo para um adulto brincar. Aí uma linda alma resolveu perguntar às crianças como seria o pátio ideal. E elas descreveram um mundo totalmente diferente. Não adianta aquele monte de trecos espalhados pelo pátio, com aproveitamento inteligente dos espaços, cores segundo Feng Shui e o diabo... as crianças estavam brincando lá num cantinho, fizeram seu montinho e continuaram imaginando coisas que o pátio não ia suprir jamais.
Com isso, queria dizer que nossa inteligência toda não basta para alimentar bons espíritos. Precisamos fazer um outro movimento, para poder sentir de verdade uma Great Gig in the Sky...
Talvez passe uma música feito essa na nossa trilha sonora no momento em que morreremos. Eu queria que fosse assim.
E tenho certeza de que, pelo sucesso que felizmente Pink Floyd fez, certamente estava tocando The Great Gig in the Sky em algum lugar do mundo quando fui concebida, quando nasci... ah, sempre tá tocando The Great Gig in the Sky em todos os momentos importantes da vida! Eu acho louco e lindo pensar assim! :)
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