Sei lá que título dar
Se alguém olhasse aqui meu quarto, morreria de vergonha. Tá tudo espalhado pelo chão. Muito papel. Um horror.
Uma ânsia de botar tudo fora.. mas a coisa podre não tá escondida, que droga.
Daí começou a tocar Coldplay, e eu olhei pra janela...
São 6h e 37min... o sol está se movendo pro poente. E a minha janela está bem na linha do sol - que vai morrer no Guaíba.
Minha ex-terapeuta que não leia isso, mas eu pensei por alguns segundos em morrer com o sol.
Ele está tão lindo, amarelo, e as folhas verdes... a minha janela dá pra um verde lindo... o amarelo do sol iluminando as folhas... fui tomada por uma coisa ruim, vendo tanta beleza e tanta sujeira aqui dentro.
Respiro fundo porque eu olho pro que eu reclamo e sei que não está ali o que me incomoda. Eu olho pra essa imundíce e sei que ela sempre esteve aqui e eu fui feliz com ela assim mesmo.
E pior é que se vem alguém aqui e me pergunta, "não tá feliz?" eu vou dizer que tô, sim. Não é uma questão de felicidade e tristeza, é uma questão de estar perdido ou estar achado.
E eu me perdi da noite pro dia.
E tudo continua igual. Mas eu chorei. Me debrucei na janela aqui vendo aquele ouro todo no ar e lembrei que ontem eu estourei um copo ali na janela... eu não vi o copo, fechei a janela (dessas de correr) com tudo e o copo se espatifou... voaram cacos em mim... e agora eu estava ali vendo toda aquela janela bonita, com música que me deixa feia, e pensei que os cacos de vidro estavam ali e eu aqui de pés descalços e braços descobertos bem do lado deles...
Mas é óbvio que me importaria se me cortasse. Ainda assim, não saio daqui do lado da janela. Nem coloco um chinelo. Não precisa chamar a ex-terapeuta, eu tô só com vontade de me enterrar. Baixei todos os meus xerox do tempo de graduação e redações do tempo de colégio e tudo mais e tô me enterrando nessa papelada, na falta de coragem ou na presença ainda de sanidade.
O sol tá indo se esconder atrás da casa do vizinho.
Não chamem minha ex terapeuta, o sol morre hoje mas nasce amanhã.
Ao menos *é plausível que nasça amanha*.
Não sei de onde vem esse raio que chamaram de pulsão de morte.
Domingo de destruição aqui.
O sol se foi.
Amanhã acordo cedo e organizo a vida.
Uma ânsia de botar tudo fora.. mas a coisa podre não tá escondida, que droga.
Daí começou a tocar Coldplay, e eu olhei pra janela...
Honey you are a rock
Upon which I stand
And I come here to talk
I hope you understand
Upon which I stand
And I come here to talk
I hope you understand
São 6h e 37min... o sol está se movendo pro poente. E a minha janela está bem na linha do sol - que vai morrer no Guaíba.
Minha ex-terapeuta que não leia isso, mas eu pensei por alguns segundos em morrer com o sol.
Ele está tão lindo, amarelo, e as folhas verdes... a minha janela dá pra um verde lindo... o amarelo do sol iluminando as folhas... fui tomada por uma coisa ruim, vendo tanta beleza e tanta sujeira aqui dentro.
Respiro fundo porque eu olho pro que eu reclamo e sei que não está ali o que me incomoda. Eu olho pra essa imundíce e sei que ela sempre esteve aqui e eu fui feliz com ela assim mesmo.
E pior é que se vem alguém aqui e me pergunta, "não tá feliz?" eu vou dizer que tô, sim. Não é uma questão de felicidade e tristeza, é uma questão de estar perdido ou estar achado.
E eu me perdi da noite pro dia.
E tudo continua igual. Mas eu chorei. Me debrucei na janela aqui vendo aquele ouro todo no ar e lembrei que ontem eu estourei um copo ali na janela... eu não vi o copo, fechei a janela (dessas de correr) com tudo e o copo se espatifou... voaram cacos em mim... e agora eu estava ali vendo toda aquela janela bonita, com música que me deixa feia, e pensei que os cacos de vidro estavam ali e eu aqui de pés descalços e braços descobertos bem do lado deles...
Mas é óbvio que me importaria se me cortasse. Ainda assim, não saio daqui do lado da janela. Nem coloco um chinelo. Não precisa chamar a ex-terapeuta, eu tô só com vontade de me enterrar. Baixei todos os meus xerox do tempo de graduação e redações do tempo de colégio e tudo mais e tô me enterrando nessa papelada, na falta de coragem ou na presença ainda de sanidade.
O sol tá indo se esconder atrás da casa do vizinho.
Não chamem minha ex terapeuta, o sol morre hoje mas nasce amanhã.
Ao menos *é plausível que nasça amanha*.
Não sei de onde vem esse raio que chamaram de pulsão de morte.
Domingo de destruição aqui.
O sol se foi.
Amanhã acordo cedo e organizo a vida.
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