Estive pensando...
Passou um pouco da afobação. Acho que foi uma síndrome de brasileiro pré-carnaval.
Eu me orgulho de empunhar aquele passaporte verdinho, muito embora aqui dentro a gente precise empunhar vários carimbos dentro dele pra ser reconhecido.
Brasileiro é meio bobo, né? (e parece que eu estou ouvindo um leitor imaginário com ar irônico perguntar "ha, MEIO?"... ok, bobo e meio, às vezes).
Ontem falando com o Alex no MSN - ele lá em Floripa curtindo uma praia ainda se presta a ouvir minhas lamúrias e pensar sobre a minha vida! - eu decidi coisas importantes... e de novo eu me sinto a pessoa introspectiva e cheia de metas na vida.
O resultado de tudo isso é que eu não saí nessa noite de sábado. Quer dizer, estive fora, mas sob a pele de outros. Mais precisamente, sob a pele do Jovem Törless (a vantagem de escrever isso aqui num PC é que eles tem o trema que falta ao meu Macintosh...).
Acho que escrevi muita bobagem fútil aqui nesse blog nos últimos tempos, mas eu estava precisando de um tempo de futilidade, para lidar com aquelas coisas idiotas e injustas que a vida te apresenta. Para essas coisas imbecis realmente não tem cabeça, nem pensamento lógico, nem serenidade que as entenda. Tem que jogar as coisas pro alto e sair correndo. Algumas coisas me acertaram em cheio a cabeça quando retornaram no chão.
Agora eu já decidi. Nessa semana, estou eu retiro aqui no meu "spa". Sou só eu, meus livros, um chapéu e um biquíni. Só nós. E eu na pele dos outros, mas sempre sou eu que vejo a pele deles.
;)
Fiquem com uma citação de Maurice Maeterlinck, que abre o livro O Jovem Törless, de Robert Musil.
Tá aí uma bela metáfora do que pode ser uma psicoterapia ou uma conversa consigo mesmo mais introspectiva.Tão logo expressamos uma coisa com palavras, e estranhamente ela como que se desvaloriza. Pensamentos ter mergulhado no mais fundo dos abismos, e, quando retornamos à superfície, a gota d'água que trazemos nas pálidas pontas dos nossos dedos já não se parece com o mar de onde veio. Imaginamos haver descoberto uma mina de tesouros inestimáveis, e a luz do dia só nos mostra pedras falsas e cacos de vidro. Mas o tesouro continua a brilhar, inalterado, no fundo escuro.
Tá aí eu nesse domingo pré-carnaval com minhas palavras. Mais feliz por estar novamente mais motivada... mas eu odeio essa palavra motivação. É coisa de norte-americano. Mas eu estudei sobre ela pra garantir mais uns carimbos no passaporte verdinho...
Vamos ver se eu consigo contribuir pra essa terra.. ;)
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